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Guerra do Vietnã 1959-1975


Ao longo de sua história, o território vietnamita foi marcado por uma longa sucessão de conflitos e guerras. Durante o período imperialista, o Vietnã – juntamente com o Laos e o Camboja – foi alvo da dominação política e econômica exercida pelos franceses. No entanto, no ano de 1939, um grupo político comunista liderado por Ho Chi Min encabeçou uma luta contra a presença francesa na região. Logo depois, esse mesmo movimento teve que fazer frente ao interesses imperialistas japoneses na região.
Passado os conflitos da Segunda Guerra, os vietnamitas ainda tiveram que sofrer com as lutas travadas na Guerra da Indochina, conflito onde a França tentou retomar o controle da região. Essa guerra só chegou ao fim quando os comunistas ligados à Liga da Independência conseguiram derrotar os franceses na Batalha de Diem Bien Phu, em maio de 1954. Depois disso, as negociações diplomáticas firmadas com o Tratado de Genebra dividiram o país em Vietnã do Norte e Vietnã do Sul.
Entretanto, segundo esse mesmo tratado, um plebiscito deveria decidir se o território vietnamita seria reunificado ou mantido em dois diferentes Estados nacionais. Naquela época, a possibilidade de reunificação do território sob o comando de um regime socialista apavorava as pretensões políticas e econômicas das grandes nações capitalistas. Por isso, naquele mesmo ano, Ngo Dinh Diem, primeiro-ministro do Vietnã do Sul, implantou uma ditadura anticomunista apoiada pelos Estados Unidos.
Paralelamente, os Estados Unidos começaram a enviar tropas e fornecer treinamento militar para que a nova ditadura sulista tivesse condições de impedir a ação dos comunistas do Vietnã do Sul. Em resposta, os grupos comunistas sul-vietnamitas – naturalmente apoiados por Ho Chi Min – criaram a Frente Nacional de Libertação (FNL), movimento guerrilheiro dedicado a por fim na intervenção norte-americana na região.
O conflito entre o norte e o sul começou em 1957, quatro anos depois os EUA passaram a participar do confronto, enviando conselheiros militares. Logo em seguida, com o assassinato de Dinh Diem, os EUA começaram a utilizar de seus exércitos para lutar contra o avanço do vietcongues, nome dado aos comunistas que participaram da guerra. Para justificar sua ação, os EUA acusaram o Vietnã do Norte de participar do ataque a embarcações norte-americanas no Golfo de Tonquim.
Em tese, a superioridade bélica das forças ocidentais deveria fazer daquela guerra um conflito de curta duração. O uso de armas de última geração, armas químicas, bombas de fragmentação e as famosas bombas de napalm garantiriam o triunfo contra os comunistas. Entretanto, as táticas de guerrilha e o exímio conhecimento territorial possibilitaram vitórias significativas aos vietcongues. A primeira delas ocorreu em janeiro de 1968, período marcado pela famosa “Ofensiva do Tet”.
A resposta foi logo dada com um violento ataque, onde os EUA e o Vietnã do Sul provocaram milhares de morte e acuou cerca de dois milhões de civis refugiados. Ao mesmo tempo, diversos ataques da opinião pública norte-americana reclamavam da matança de jovens soldados que lutavam por uma causa não reconhecida por boa parte dos norte-americanos. Ao mesmo tempo, a cobertura de diversos veículos de comunicação denunciava os horrores daquele prolongado conflito.
Diferente das guerras convencionais, a Guerra do Vietnã não teve "Front" (frente de combate) definido. Usou-se estratégias de guerrilha, como o movimento "hit and run" (atacar e correr), buscando refúgio na floresta. Durante o dia os americanos eram os senhores da situação, porém quando chegava a noite, os Vietcongs espalhavam terror com seus ataques rápidos e eficientes.
De fevereiro de 1965 até o fim do envolvimento americano em 1973, as tropas do Vietnã do Sul lutaram principalmente contra a Guerrilha Vietcong, enquanto os EUA e as tropas aliadas enfrentaram os Norte-Vietnamitas com vitórias dos capitalistas.
Durante a campanha de 1967-1968, o estrategista Norte-Vietnamita Vo Nguyen Giap lançou a famosa Ofensiva Tet (devido ao ano novo lunar vietnamita, em meados de fevereiro): uma séria de ataques maciços em mais de 100 alvos urbanos.
Mesmo tendo um efeito psicológico devastador, a campanha a qual Giap esperava ser decisiva, falhou, forçando o recuo de muitas posições que os Norte-Vietnamitas haviam ganhado. Foram mortos 85.000 Vietcongs.
Apesar da vitória aparente dos norte-americanos, a opinião pública dentro dos EUA era de que estavam lutando por uma Guerra a qual os americanos nunca ganhariam. Em 31 de março de 1968, o Presidente Johnson anunciou um corte nos bombardeios no Vietnã do Norte, com o objetivo de uma nova gestura pacífica.
Em 1969, o Presidente Richard M. Nixon, anunciou a retirada de 25.000 tropas americanas do Vietnã até agosto de 1969. Outro corte de 65.000 tropas foi ordenado no final do ano. O programa chamado de "vietnamização da guerra", foi efetivo. Com isso, o Presidente Nixon enfatizava uma responsabilidade maior dos Sul-Vietnamitas.
Contudo nem a redução de tropas americanas ou a morte do brilhante Presidente Ho Chi Minh, em 3 de setembro de 1969, foi capaz de por um ponto final na guerra. Os Vietcongs queriam a completa retirada das tropas americanas do sul, como condição de paz.
Em abril de 1970, tropas de combate americanas entraram no Cambodia, ficando lá somente 3 meses, porém os ataques aéreos no Vietnã do Norte, recomeçaram com força dobrada.
Em 1971, as forças Sul-Vietnamitas tinham um importante papel na Guerra, pois lutavam em vários "Fronts": Cambodia, Laos e no Vietnã do Sul.
Com o passar dos meses de 1971, a retirada dos americanos continuou. Ela coincidiu com uma nova estruturação do exército Norte-Vietnamita, pois estavam planejando uma intensificação nos movimentos da Trilha de Ho Chi Minh no Laos e no Cambodia.
Ataques aéreos americanos no setor da Indochina foram maciçamente reforçados. Na terra, as forças vietnamitas comunistas lançaram ataques efetivos contra as forças do governo no Vietnã do Sul, no Cambodia e no Laos.
Movimentos de paz cresciam dentro dos EUA. Houve muita controvérsia sobre o envolvimento americano na Guerra, levantando manifestações e paciatas em prol da paz.
Esses movimentos foram acelerados com a publicação de algumas atrocidades cometidas pelos americanos na Guerra.
o Presidente Nixon ordenou que minassem os portos do Vietnã do Norte, principalmente o porto de Haiphong, com a finalidade de destruir a rota dos suprimentos, enviados pelos aliados comunistas.
O sistema de transporte nortista também foi atacado, especialmente os trilhos de trem, causando sérios problemas econômicos. A cidade de Quang Tri foi ocupada pelos capitalistas dia 15 de setembro, após 4 meses de ocupação comunista.
Nixon ordenou ataques mais violentos e o uso dos bombardeiros B-52 foi intensificado, sendo realizados ataques 24 horas por dia.
Na noite de 23 de janeiro de 1973, o Presidente Nixon anunciou em cadeia nacional a viabilidade de todos os termos formais para um cessar fogo.
Em 27 de janeiro, em Paris, delegações representando o Vietnã do Sul e do Norte, os EUA e o e o Governo Comunista Provisório do Vietnã do Sul assinaram um acordo acabando com a Guerra e restaurando a paz no Vietnã.
O cessar fogo oficialmente teve efeito dia 28 de janeiro.
No final de maio de 1973, todas as tropas americanas foram retiradas. Dia 30 de abril de 1975, a capital Saigon foi capturada e a República do Vietnã rendeu-se incondicionalmente para o Governo Provisório Revolucionário.
O uso intensivo de Napalm (bomba incendiária) matou milhares de civis. O emprego de desfoliantes, como o agente laranja, além de acabar com a vida humana, destruiu o meio ambiente de um país essencialmente agrícola. Vietnã foi vastamente destruído

Recolhido do site:
http://www.suapesquisa.com/historia/guerra_do_vietna.htm